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NATUREZA DA REALIDADE Maria de Lourdes B. Andreeta e Jos� Pedro Andreeta Texto adaptado da obra "What is the True Nature of Reality?"
de D. Chopra. A ci�ncia tem procurado ao longo do tempo responder a tr�s quest�es fundamentais relacionadas com a exist�ncia humana: Como � a realidade que vivemos? Quem somos? Onde estamos? Atualmente ela est� come�ando encontrar respostas para essas quest�es que est�o fundamentadas nos resultados dos experimentos realizados por pesquisadores das mais diferentes �reas. Descobriu-se, por exemplo, que o corpo humano � completamente renovado a cada tr�s anos, que mol�culas s�o continuamente criadas pelos pensamentos, que todas as c�lulas pensam e que h� evid�ncias de que centro decis�rio da mente humana n�o est� localizado no c�rebro e nem confinado ao corpo f�sico. I - Transpondo as limita��es dos sentidos no
conhecimento do universo I - Transpondo as limita��es dos sentidos no conhecimento do universo As respostas que se obt�m atrav�s do m�todo cient�fico tradicional est�o limitadas �s percep��es dos nossos sentidos. Existe a muito tempo uma supersti��o de que todos os fen�menos para serem considerados reais devem ser comprovados pelas nossas percep��es usuais, isto �, pelo que vemos, ouvimos, tocamos, sentimos o paladar e cheiramos. Para a ci�ncia � essa a �nica maneira que podemos testar a realidade do universo. Entretanto, uma quest�o fundamental fica no ar, n�s podemos confiar plenamente nas informa��es obtidas atrav�s dos nossos sentidos? Os sentidos, por exemplo, nos informam que a terra e plana, o que n�o mais acreditamos. Eles nos informam que o solo onde caminhamos est� parado e n�s sabemos que ele gira com espantosa velocidade atrav�s do espa�o exterior. Os sentidos nos informam que certos materiais possuem gosto, cheiro, tamanho e textura. Pode ser, no entanto, que n�o sejam desse modo. Os pr�prios resultados dos experimentos mostram que, para uma compreens�o coerente das respostas obtidas por nossas percep��es, essas limita��es devem ser transpostas. Nos estudos da f�sica qu�ntica, por exemplo, esses limites j� n�o existem. � comum, no in�cio dos estudos dessa disciplina, o professor recomendar aos seus estudantes: "Para compreender o que acontece no mundo qu�ntico esque�am todos os condicionamentos adquiridos na f�sica cl�ssica e vejam a natureza com novos olhos." Para mostrar o poder das limita��es impostas pelos nossos condicionamentos um experimento foi realizado por um grupo de cientistas na Harvard Medical School. Nesse experimento colocou-se um grupo de gatos rec�m nascidos em uma sala que era unicamente decorada com motivos horizontais. Todos os est�mulos na sala eram horizontais. Outro grupo de gatos foi colocado em outra sala onde somente existiam motivos verticais. Quando os gatos cresceram, tornando-se adultos, um grupo s� conseguia distinguir no mundo os est�mulos horizontais entanto que o outro grupo somente os verticais e esses condicionamentos n�o tinham nada a ver com as poss�veis cren�as desses gatos. Esse � um fen�meno que os psic�logos chamam de "Confinamento cognitivo prematuro." Prematuro porque o condicionamento foi feito nos estados iniciais do desenvolvimento. Cognitivo porque � desse modo que eles v�em e reconhecem o mundo. E confinamento porque ele nos fixa a uma realidade particular, ele nos aprisiona em um modo fixo de percep��o. Existem muitas varia��es e comprova��es desses experimentos. Na �ndia, para treinar elefantes, eles inicialmente prendem um elefante jovem com uma corrente de ferro em uma �rvore extremamente forte. Posteriormente eles passam a utilizar correntes e �rvores menos robustas e, finalmente, prendem os elefantes adultos com cordas fr�geis em pequenos vegetais e ele, um enorme animal, n�o � capaz de fugir. Foi feito um condicionamento entre o seu corpo e mente que aquilo era uma pris�o! Pessoas que trabalham com aqu�rios nos informam como podem separar um peixe de outros. Eles utilizam um grande tanque separado por vidros transparentes. Depois de algum tempo pode-se remover os vidros. Os peixes nadam at� onde havia a divis�ria e retornam como ela ainda estivesse l�. Eles foram condicionados a nadarem somente nessas regi�es. Esses resultados cient�ficos s�o muito importantes porque eles nos conscientizam que, com a parcialidade da percep��o sensorial, n�s nunca seremos capaz de compreender o todo. N�s nunca o faremos! A natureza do olho humano permite que enxergar somente no intervalo de comprimento de onda de 380 a 500 bilion�simo do metro e n�o h� nada de misterioso entre 360 e 370. No entanto ele n�o existe para nossa percep��o sensorial. S� tomamos conhecimento de sua exist�ncia atrav�s de m�todos indiretos. Isto tamb�m � verdade para os outros sentidos e fora da esp�cie humana. Uma abelha, por exemplo, n�o est� equipada para ver no nosso usual comprimento de onda. Elas utilizam o ultravioleta. Quando uma abelha olha para uma flor ela v� algo completamente diferente do denominamos de flor. Uma cobra experimenta a vis�o na regi�o do infravermelho e a imagem do v� n�o tem nenhuma semelhan�a com a que vemos. Um morcego percebe os objetos atrav�s do ultra-som de uma forma que n�o teria sentido para n�s. A natureza do mundo, portanto, n�o pode ser completamente conhecida atrav�s de nossas percep��es. Se queremos conhecer a nossa realidade n�o podemos confiar unicamente em nossos sentidos. Eles nos fornecem uma vis�o parcial, limitada e distorcida. Eles dividem o todo em pequenos fragmentos e a nossa percep��o desse aglomerado de fragmentos damos o nome de universo. O Dr. John Eckles, premio Nobel em psicologia e medicina, afirmou h� diversos anos atr�s; "eu gostaria que voc�s compreendessem que, no mundo real, n�o existem cores, n�o h� texturas, n�o h� fragr�ncias, n�o h� o belo e nem o feio. Nenhuma qualidade. L� fora existe somente um caos de uma mistura de energia e de campos que utilizamos em algum lugar interno para criar o mundo. � em algum lugar dentro de n�s que tudo acontece." Essas afirma��es n�o s�o estranhas! Perguntemos ao f�sico do que o mundo � constru�do. Ele nos dir� que tudo � formado por quatro for�as b�sicas: a gravidade, as intera��es nucleares fortes, as intera��es nucleares fracas e o eletromagnetismo. Elas constr�em tudo o que existe. A gravidade � que nos prende no solo, faz os planetas se moverem em �rbitas fechadas. As intera��es nucleares fortes s�o respons�veis por manter o n�cleo at�mico unido e est�vel. Sem ela a n�cleo explodiria. As intera��es fracas s�o as for�as respons�veis pela transmuta��o dos elementos e pelo decaimento radioativo. O eletromagnetismo � o que n�s experimentamos como luz, calor e eletricidade. Se insistirmos e perguntarmos: "Existe algo mais?" Ele nos responder�; "N�o, n�o existe nada mais". Tudo o que existe � constru�do por essas for�as e ultimamente h� uma tend�ncia de unific�-las em uma, a Teoria de Campo Unificado." Portanto, tudo o que existe, estrelas, gal�xias, flores, os seres humanos, � criado por essas for�as naturais. Onde est�, ent�o, a mat�ria que constitui o universo? A mat�ria do universo prov�m dessas for�as e de nossa intelig�ncia que estrutura a mat�ria particulada, atrav�s de nossos pensamentos, nos fatos existentes. N�s somos, literalmente, os criadores desse mundo. Um mestre respondeu certa vez ao seu disc�pulo que lhe perguntara se ele vivia num mundo diferente: "N�o, n�s vivemos exatamente no mesmo mundo. A diferen�a � que voc� v� voc� no mundo enquanto que eu vejo o mundo em mim." O cientista Herbert Specter realizou no National Institute of Health, um experimento onde injetava em ratos uma subst�ncia qu�mica denominada de "polyisse", que estimula o sistema imunol�gico, ao mesmo tempo em que os obrigava a sentir o cheiro de c�nfora. Desse modo os ratos associavam o cheiro de c�nfora com a estimula��o do sistema imunol�gico. Nessa mesma experi�ncia, aplicou em outros ratos, sob a a��o de cheiro de c�nfora, uma quantidade de "psychlophosphamite" um composto qu�mico que destr�i o sistema imunol�gico. Esse grupo de ratos associou o cheiro de c�nfora com a destrui��o do sistema imunol�gico. Verificou-se ent�o que o segundo grupo de ratos morriam rapidamente de pneumonia quando expostos ao cheiro de c�nfora e ao "pneumococcide" enquanto que para o primeiro grupo nada acontecia. A morte ou a sobreviv�ncia estavam associadas ao que acreditavam, nos seus condicionamentos. A relev�ncia desses resultados experimentais � que n�s tamb�m nos auto-condicionamos a responder aos est�mulos de uma certa forma. Associamos os est�mulos a certas mem�rias e a toda vez que somos expostos a eles n�s reinterpretamos o universo do nosso modo de acordo com os nossos preconceitos. N�s nos tornamos v�timas das repeti��es de fatos ultrapassados. Os resultados desses experimentos cient�ficos, e de muitas de suas varia��es, mostram como funciona a nossa mec�nica da percep��o. A nossa realidade est� condicionada as nossas experi�ncias sensoriais iniciais e as nossas novas percep��es sempre refor�am as nossas percep��es iniciais. Tudo o que n�o as refor�a n�o penetra no sistema nervoso. Se n�s n�o possu�mos um conceito ou id�ia de que algo exista, ent�o o nosso sistema nervoso n�o o reconhece. Estima-se que, em m�dia, o ser humano possui 60.000 pensamentos em um dia. Isso n�o � surpresa. O que � desconcertante � que 90% desses pensamentos s�o repeti��es do dia anterior. Atrav�s desse mecanismo n�s permanecemos recriando, tornando os nossos reflexos condicionados. Os est�mulos exteriores sempre produzem a mesma resposta bioqu�mica e comportamental que, invariavelmente, se transformam em padr�es conhecidos de doen�as, envelhecimento e morte. Os resultados desses experimentos n�o s�o supreendentes. Na sabedoria v�dica pode-se ler; "A raz�o de n�s crescermos, tornarmos velhos e morrermos � que n�s vemos as outras pessoas crescerem, tornarem-se velhas e morrerem. O que voc� v� e acredita voc� se torna" e "se voc� quer recriar o mundo veja-o com novos olhos, da forma que ele realmente �, sem a camuflagem de suas pr�prias mem�rias. Olhe para os objetos e as pessoas como se fosse a primeira vez...". O verdadeiro Iogue afirma: "Eu uso a minha mem�ria, mas nunca permito que ela me use." O grande homem n�o � do passado, mas do futuro. II - Como � o nosso corpo f�sico Nos nossos entendimentos cient�ficos atuais o mundo � constitu�do de mat�ria que possui a sua exist�ncia no espa�o e tempo. Existe o mito de que o corpo humano n�o � mais do que um aglomerado de fragmentos de mat�ria organizado ao acaso durante milhares de anos e que, de algum modo aprendeu a pensar. Desse modo a dan�a das mol�culas � que produziria os fen�menos da nossa consci�ncia: os pensamentos, os sentimentos, as emo��es, os desejos, as id�ias, as filosofias, os dogmas e as religi�es. Nesse contexto a pessoa seria uma express�o dos movimentos casuais dos �tomos e mol�culas governados por algumas leis f�sicas. Para a ci�ncia tradicional, n�s somos simplesmente uma m�quina f�sica que aprendeu a pensar. Essa supersti��o tamb�m � muito persuasiva no mundo contempor�neo da medicina. N�s estamos basicamente mergulhados no mito do materialismo que afirma que os experimentos sensoriais s�o os testes cruciais para a realidade. Desse modo, todas as nossas metodologias de curas est�o baseadas nesse dogmatismo. N�s temos comprimidos m�gicos para o tratamento de todas as doen�as. Se n�o podemos dormir, eles curam a ins�nia, se estamos ansiosos, eles tranq�ilizam, se possui uma infecc�o, existem antibi�ticos, a quimioterapia, radia��es e cirurgias. Todos eles, na realidade, aliviam os sintomas, ou melhor, mascaram os sintomas, enquanto que as causas das doen�as permanecem imut�veis. Algumas vezes eles ainda interferem nos mecanismos da doen�a. A maioria das pesquisas cient�ficas atuais se dedica, basicamente, no estudo da elucida��o dos mecanismos das doen�as. Se soubermos, portanto, como uma bact�ria se multiplica, n�s podemos mat�-las e curar as infec��es. Se soubermos como as c�lulas cancerosas se multiplicam, podemos curar o c�ncer. No entanto, essa metodologia n�o funciona porque os mecanismos n�o s�o as causas das doen�as. Quando interferimos nos mecanismos das doen�as elas encontrar�o alternativas para se expressar. Isso pode ser facilmente comprovado verificando que o que provoca mais mortes atualmente n�o � o v�rus da AIDS ou o HIV mas os organismos resistentes a antibi�ticos que s�o adquiridos nos hospitais. De acordo com estudos feitos pela Calif�rnia Medical Association mais de 100.000 pessoas morrem anualmente devido a organismos resistentes a antibi�ticos adquiridos nos hospitais. Os respons�veis pelo maior consumo de drogas no mundo n�o est� nas ruas da Col�mbia, mas nos laborat�rios e nas prescri��es m�dicas legais. Atualmente, 36% de todos os pacientes de um hospital universit�rio, de acordo com o estudo publicado no New England Journal of Medicine, est�o sofrendo de doen�as iatrog�nicas o que significa que ela foi provocada pela interven�� o da biotecnologia m�dica. Isso n�o significa que a interven��o da biotecnologia m�dica n�o seja importante para preservar a sa�de. Ela � extremamente importante na cura de doen�as agudas. Mas ela n�o modifica a incid�ncia de doen�as na popula��o. Ela meramente muda a sua express�o. N�s, por exemplo, n�o temos mais as epidemias de p�lio, de tuberculose, de difteria, mas em seu lugar temos uma maior incid�ncia de c�ncer, de doen�as coron�rias, de desordem degenerativas e obesidade. Desse modo, alguma coisa deve estar errada e esse quadro n�o pode se modificar enquanto n�o adotarmos o modelo mais apropriado para o corpo humano. O corpo humano n�o � uma escultura imut�vel no espa�o e no tempo como se acreditava. O corpo humano � um aglomerado din�mico de energia, de informa��es e de intelig�ncia que n�s, modernamente, denominamos de universo. Essa vis�o moderna poderia ser constatada se pud�ssemos ver o corpo humano como realmente ele �, n�o atrav�s dos artif�cios das experi�ncias sensoriais. O filosofo grego Heraculutus comparou o corpo humano ao um rio. Ele afirmou que o rio � algo extremamente misterioso. Quando n�s olhamos ele parece sempre o mesmo em qualquer momento de sua exist�ncia, mas nunca � o mesmo, pois ele flui constantemente. Se pod�ssemos compreender o corpo humano como ele realmente �, ver�amos que n�o podemos nos apoiar duas vezes sobre a mesma carne e ossos uma vez que, em cada segundo, o corpo est� se renovando, mudando mais rapidamente, mais espontaneamente e mais facilmente do que trocamos de roupa. Ele possui, para isso, um grande n�mero de processos: come, respira, digere, metaboliza, elimina. O corpo f�sico que estamos usando agora n�o � o mesmo que utilizamos para andar a pouco tempo atr�s. Cada vez que inspiramos recebemos do meio 1022 �tomos e uma parte significativa dessa quantidade astron�mica de material entram no nosso corpo e v�o formar as c�lulas do cora��o, do c�rebro, dos rins, os nossos neur�nios e o nosso DNA. Cada vez que expiramos retiramos de nosso corpo a mesma quantidade de �tomos. Essa quantidade astron�mica de material � retirada de todas as partes de nosso corpo. N�s literalmente aspiramos pequenas partes do nosso c�rebro, do nosso cora��o e de nossos rins. Tecnicamente falando, n�s estamos compartilhando intimamente o nosso corpo com os corpos dos outros, a todo instante. O poeta americano Walt Whitman afirmou, "Todos os �tomos que pertencem a voc� tamb�m pertencem a mim". E esta n�o � uma afirma��o metaf�rica. Desse modo, n�o podemos afirmar que o nosso corpo seja propriamente nosso. Os estudos com is�topos radioativos t�m mostrado que, neste instante de nossa exist�ncia possu�mos um milh�o de �tomos que pertenceram um dia ao corpo de Cristo, ao corpo de Gautama Buddha, de Leonardo Da Vinci, Michelangelo e do Saddam Hussein. N�s n�o podemos nos separar fisicamente de nada e de ningu�m que j� tenha existido. Nas �ltimas 3 semanas 1015 �tomos t�m fluido atrav�s do nosso corpo para ir para corpos de outras esp�cies neste planeta. Estudos com is�topos radioativo mostram, com grande eleg�ncia, que trocamos 98% dos �tomos de nosso corpo em menos de um ano e todos os �tomos em dois anos e meio. N�s criamos um novo f�gado a cada 6 semanas, uma nova pele uma vez por m�s, um novo revestimento do est�mago a cada 5 dias, um novo esqueleto a cada tr�s meses. Mesmo as nossas c�lulas do c�rebro com as quais pensamos, que s�o constitu�das de carbono, hidrog�nio, nitrog�nio e oxig�nio, n�o s�o as mesmas do ano passado. O DNA que guarda mem�rias de centenas de milh�es de anos do processo evolucion�rio, os seus constituintes s�o trocados a cada seis semanas. Os �tomos entram e saem do nosso corpo como aves migrat�rias. Se acreditamos que somos o corpo material ent�o certamente estamos em um dilema. A qual corpo que estamos nos referindo? O atual n�o � o mesmo do ano passado ou de poucos meses atr�s. Existe essa limita��o para o corpo f�sico, mas possu�mos mem�rias, esperan�as, aspira��es, id�ias e sonhos que s�o anteriores aos �ltimos anos. Elas tamb�m mudam, mas n�o t�o rapidamente como o corpo f�sico. As emo��es sobrevivem mais tempo do que o per�odo de perman�ncia das mol�culas no corpo f�sico. Se essas informa��es estiverem gravadas no corpo f�sico elas n�o poder�o estar nos �tomos, pois estes n�o s�o os mesmos. Elas devem estar relacionadas com a organiza��o dos �tomos nas c�lulas. Portanto nas substitui��es dos �tomos deve haver algo que as organiza, apesar da tend�ncia natural ao caos. Aqui temos um novo dilema cient�fico: As informa��es est�o gravadas no corpo f�sico? Se est�o quem organiza os �tomos? Seria o acaso? Esse � o modelo atual do corpo f�sico do homem e para compreend�-lo os cientistas se obrigam a admitir diversas hip�teses: Talvez haja uma realidade mais profunda relacionada com o corpo f�sico. Talvez o corpo f�sico seja o que os ensinamentos v�dicos chamava de maya, ilus�o, que nos d� a apar�ncia de alguma coisa, mas que, na realidade, existe algo mais do que a nossa percep��o pode notar. Talvez o nosso corpo seja literalmente uma m�sica que � parte de uma sinfonia que sempre esteve aqui. Todas essas hip�teses, no entanto, devem ter fundamentos cient�ficos. Mas esses fundamentos cient�ficos existem? Se existirem devem estar fundamentados nos conhecimento atuais dos �tomos. Se pud�ssemos ver o nosso corpo como um f�sico o v�, tudo o que ver�amos s�o �tomos. E se pud�ssemos ver os �tomos como eles realmente s�o, n�o atrav�s dos artif�cios das nossas percep��es sensoriais, ver�amos que as "part�culas" que os constituem est�o em constante movimento em espa�os vazios. Essas "part�culas" n�o s�o objetos materiais convencionais. Elas s�o flutua��es de energia em um imenso vazio. Portanto, se pud�ssemos ver o nosso corpo f�sicos sem os artif�cios dos nossos sentidos ver�amos um imenso vazio com alguns pontos de mat�ria. Ver�amos que 99,999999% do nosso corpo � espa�o vazio e somente 0,000001% se apresenta como mat�ria, que por sua vez, tamb�m � constitu�da de espa�o vazio. Tudo, portanto, � espa�o vazio. O dilema que surge � ent�o determinar o que � o espa�o vazio. O vazio � um nada ou � preenchido por algo inteligente n�o material? A suposi��o de que � um nada implica na nega��o de nossa exist�ncia, logo somente a segunda hip�tese pode ser admitida como correta. Com essa conclus�o se torna �bvio que este espa�o vazio n�o � um nada, mas o seio da cria��o. Tudo da natureza provem dali, desde a moldagem de uma gal�xia a uma floresta, e esse "vazio" est� dentro de n�s, est� em nosso espa�o interno onde crescem todas as coisas com uma estranha fertilidade. Tudo prov�m do mesmo lugar e n�s somos isso! III - O nosso endere�o no universo Outro grande mito materialista sup�e que o corpo � comandado por um centro decis�rio localizado no c�rebro. Desse modo seria ali, onde os pensamentos s�o criados, que realmente estamos. O c�rebro seria o nosso endere�o. Como todos as hip�teses cient�ficas, essa tamb�m deve ser comprovada pelos experimentos. Onde est� localizado o verdadeiro Ser que toma as nossas decis�es? O Dr. Penfield, neurologista e pr�mio Nobel, quando ele operava os seus pacientes fazia uma abertura no cr�nio e manipulava o seu interior. Durante as cirurgias ele se utilizava de eletrodos para estimular as diferentes partes do c�rebro. Quando ele estimulou, por exemplo, a parte motora correspondente, os bra�os do paciente se movimentou para cima. Ele perguntou, ent�o, ao paciente o que estava acontecendo este respondeu, "O meu bra�o est� se movendo para cima". Ent�o perguntou o Dr. Penfield, "Voc� est� movendo o seu bra�o? "N�o", respondeu o paciente, "ele est� se movendo sozinho". O Dr. Pentield, ordenou em seguida, "Agora mova o seu bra�o" e o paciente moveu o seu bra�o para cima. O c�rebro simplesmente obedeceu um comando externo. N�o importa onde se procure. N�s nunca encontraremos no c�rebro quem toma as decis�es. N�s encontraremos somente quem executa essas decis�es. A parte motora do c�rebro, por exemplo, � o lugar que executa os comandos dos movimentos do corpo. Mas onde est� o comandante? N�s n�o podemos encontr�-lo. Para explicar cientificamente os resultados dos experimentos do Dr. Pentfield, devemos admitir algumas hip�teses, como por exemplo: Talvez o corpo seja meramente o lugar para nossa mem�ria durante o per�odo de sua exist�ncia e exista algo mais ou talvez n�s n�o sejamos as mol�culas f�sicas que criam a m�quina e os fen�menos da consci�ncia ou ainda, sejamos a express�o de uma for�a inteligente que aprendeu a criar uma m�quina f�sica. � exatamente isso o que os cientistas s�o for�ados a admitir. Eles est�o come�ando a compreender que os pensamentos n�o s�o produtos das mol�culas, mas as mol�culas s�o estruturadas por flutua��es de informa��es originadas pelos pensamentos. A consci�ncia � o fen�meno e a mat�ria o produto. Essas suposi��es cient�ficas tamb�m est�o fundamentadas nos experimentos. Foi descoberto no National Institute of Health, que nossos pensamentos e sentimentos possuem um componente f�sico. Quando pensamos n�s criamos uma mol�cula. Pensar � praticar qu�mica cerebral. Esses pensamentos s�o transcritos em mol�culas de prote�nas conhecidas como neuropept�dios. Pensamentos, sentimentos, emo��es e desejos se transformam em um fluxo de neuropept�dios no c�rebro. N�s podemos pensar nessas prote�nas como pequenas chaves que se encaixam em posi��es receptoras muito precisas nas paredes das c�lulas ou de outros neur�nios. Foi, subseq�entemente, encontrado os receptores para os neuropept�dios n�o estavam restritos �s c�lulas cerebrais mas distribu�dos em outras as partes do corpo. Desse modo os cientistas passaram a procurar receptores para neuropept�dios nas c�lulas do sistema imunol�gico. Quando eles os localizaram, descobriram que nas paredes de todas as c�lulas haviam receptores para o mesmos neuropept�dios e que as c�lulas do sistema imonol�gicos produzem o mesmo pept�dios produzidos no c�rebro quando est� pensando. Portanto, se essas c�lulas fazem a mesma qu�mica que um c�rebro quando est� pensando, ent�o elas s�o entidades pensantes. Elas possuem mente e est�o ouvindo constantemente os nossos di�logos interno. Nada do que dizemos para n�s mesmos ou do que pensamos em qualquer tempo, mesmo dormindo, � segredo para elas. Elas s�o pequenas entidades conscientes e quanto mais s�o pesquisadas, mais se toma conhecimento que elas se comportam como neur�nios. Elas fazem as mesmas rea��es qu�micas que o c�rebro utiliza para as emo��es, pensamentos, sentimentos e desejos. Elas possuem emo��es e intelecto. Elas sabem discriminar e possuem lembran�as. Elas t�m que decidir se uma bact�ria � amiga ou inimiga. Elas t�m que lembrar da �ltima vez que encontrou algo semelhante. E, de fato, elas se lembram! Se questionarmos um bom neurologistas sobre a diferen�a entre uma c�lula do sistema imonol�gico e um neur�nio, ele certamente dir� que n�o h� nenhuma. As c�lulas do sistema imunol�gico formam um sistema nervoso circulante. Se isso j� n�o fosse o bastante para uma importante descoberta, as subsequentes na ci�ncia t�m sido ainda mais interessantes. Por exemplo, quando os cientistas come�aram a olhar para outros lugares do corpo humano eles encontraram o mesmo fen�meno. Quando olharam, por exemplo, para as c�lulas do est�mago eles encontraram o mesmo pept�dios. O est�mago produz a mesma rea��o qu�mica que o c�rebro pensante. O que a ci�ncia est� descobrindo � que possu�mos um corpo pensante. Todas as c�lulas do nosso corpo pensam. Cada c�lula do nosso corpo possui uma mente e reage a est�mulos. Portanto, quando dizemos; "Estou com dor de cabe�a"... Cada c�lula possui os seus pr�prios desejos e se comunica com as outras c�lulas constantemente. Ent�o, quando n�s dizemos, "Eu estou triste," se um cientista estiver olhando dentro do seu cora��o, ele encontrar� componentes f�sicos da tristeza. Quando n�s afirmamos, "Estou jovial e explodindo de alegria", se um cientista examinar a nossa pele, ele encontrar� carregada de "emipramine" que � um anti-depressivo muito utilizado nos tratamentos psiqui�tricos e se o nosso sangue for examinado, ser� encontrado um alto n�vel de "interluken" e de "interferon" que s�o drogas pontentes no tratamento do c�ncer. A mente ouve a palavra! Quando experimentamos as sensa��es de paz e tranq�ilidade, o nosso corpo produz Valium e ele � id�ntico ao que compramos na farm�cia, exceto que ele produz uma dose precisa para os �rg�os alvos e n�o nos faz sentir como um Zumbi. Se estivermos agitado, ent�o o nosso corpo produz mol�culas agitadas, adrenalina e cortisol. E essas drogas n�o s�o produzidas somente pelas gl�ndulas adrenal, todos os lugares do corpo at� as pequenas plaquetas produzem adrenalina. O maior desafio para a medicina, se � que podemos assim chamar, � que a mente escapou do confinamento do c�rebro. Ela n�o est� confinada no c�rebro. Ela est� em todas as partes do corpo. Alguns experimentos mostram ainda que a mente parece n�o estar confinada no corpo f�sico. Parece estar fora dele. Nossa mente se mostra como um fen�meno qu�ntico n�o local. N�o h� contornos. Ela est� em todos os lugares do espa�o e tempo. Ela parece estar, simultaneamente, em todos os lugares e em nenhum lugar dependendo de nossas perspectivas. E n�s, como centro decis�rio, onde estamos? Os resultados dos experimentos mostram que estamos em todos os lugares, dentro e fora de nosso corpo f�sico, e em nenhum lugar ao mesmo tempo. Em perfeita analogia com a f�sica qu�ntica, n�s parecemos ser um Ser n�o localizado, n�o possu�mos um endere�o local e, por isso, n�o devemos estar confinados em nosso corpo f�sico. A ci�ncia desde os tempos antigos tem procurado responder as quest�es fundamentais sobre a exist�ncia do homem na Terra. De onde surgiu e para onde vai? Evidentemente ela ainda n�o possui respostas totalmente satisfat�rias para essas quest�es. No entanto, algumas evid�ncias podem nos indicar o caminho por onde passamos e o que temos que trilhar. Baseado nos novos conhecimentos a ci�ncia moderna parece indicar que tudo teve in�cio com um movimento e terminar� com o desenvolvimento da consci�ncia. |